segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

pelada


Das peladas que aconteceram na minha infância, uma foi emblemática.


Betinho era um palerma, não sabia chutar, correr ou ficar no gol. Era o dono da bola.


Um dia de sol nervoso depois da escola, todos foram para o terreno que havia perto da minha casa e servia de depósito de lixo, pois também servia de campo de futebol.


Antes da partida começar, Betinho foi logo falando


- eu que escolho o time


A bola rolava, ninguém tocava para Betinho. Esperneava e fazia cara azeda. Ameaçou pegar a bola, xingou a mãe de Neto, que xingou de volta e ameaçou dar-lhe uns cascudos.


Depois  disso o jogo rolou por um tempo, até que Betinho começou a jogar com violência. Chutou o joelho de um, rasgou a camisa de outro, deu um soco em Neto na disputa  de bola.


Até que na hora do gol, pegou a bola na mão e disse que ia embora.


O pessoal, cego de raiva de Betinho, derrubou ele. Começaram chutes e socos.


A mãe  chamou pro almoço, todos foram.


Betinho ficou desmaiado no terreno.


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