domingo, 10 de setembro de 2017

princesa



Todo dia, após  a mãe  sair de casa, ela pegava o vestido.

Gostava de se olhar no espelho vestindo aquele traje que parecia levar a uma terra encantada.


Girava dançando, os pés puxando o vestido que arrastava no chão. Nem notava. As pontas ficaram sujas, carimbadas com os dedos curtos da menina.


Rodava


Sorria


Em sua valsa tudo acontecia como ela queria. Em seu estado de epifania, se imaginava princesa, da qual podia passar o dia sem pensar em limpar a casa, fazer almoço para o pai, buscar o irmão mais novo na escola, ir para a escola, fazer lição de casa, lavar a louça do jantar, arrumar a sala e a cozinha, colocar irmão para dormir.


Ali ela seria princesa de um reino mágico, e como princesa, sua mãe não poderia lhe bater com um cinto, chinelo, com vassoura ou com a mão por ter passado o dia todo brincando.


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